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Mostrando postagens de outubro, 2022

Brazilian Gothic – Cadernos de Halloween – O saci

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O saci (Çaa Cy ‒ olho mau; pérérég ‒ saltitante) é um elemental, um duende ou diabrete que, em termos de comportamento, pode ser comparado aos trolls escandinavos, aos gremlins saxões e os djinn muçulmanos. É um espírito brincalhão, malicioso, que passa as noites pregando peças e irritando e cansando os humanos.  O fenômeno poltergeist, que de acordo com algumas correntes ocultistas é provocado por elementais, bem que poderia ter a participação de sacis, pois, entre as traquinagens mais características deles, estão deslocar objetos, dar sumiço neles, fazer bagunça, espalhar sujeira pela casa, estragar comida, furtar carvão, furtar comida, fazer barulho (apitar usando o cachimbo e dar pancadas nas paredes e móveis, os famosos raps já identificados pela parapsicologia) e irritar os animais domésticos e de pasto ‒ há quem diga que eles fazem tranças com nós complicados de se desmanchar nas crinas dos cavalos e que os montam, fazendo com que os pobres animais fiquem nervosos e galopem ...

Brazilian Gothic – Cadernos de Halloween – E os demônios?

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Será que existem operários do mal, criaturas responsáveis por manter acesas as chamas do crime e da destruição? Seriam esses seres criados por nós mesmos, uma exteriorização do mal interno de cada um? São almas humanas, de pessoas que eram más quando vivas, ou são criaturas de outra natureza, habitantes do reino espiritual? A origem dos demônios de acordo com a Bíblia é controversa. Existem algumas versões e, grosso modo, é possível dizer que há um ponto de convergência: eles seriam anjos que se corromperam, anjos caídos. Todas as religiões e crenças falam de seres malévolos. Todas têm um ponto em comum, que é a natureza diversa dessas criaturas: elas não são (e nunca foram) humanas (nas religiões mais antigas, essas criaturas não raro estariam no rol dos duendes e gênios perversos). Foram criadas à parte, no mundo espiritual, e vivem entre os dois mundos. São mais antigas que o homem e, por isso, têm um conhecimento amplo e arcano da psique humana. Têm grande astúcia, “malandragem...

Brazilian Gothic – Cadernos de Halloween – Fantasmas

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  O que são os fantasmas, essas entidades que assombram a humanidade desde a madrugada dos tempos? Para uns, são as almas de pessoas mortas que vagam entre os vivos porque estão presas a situações ou certas tarefas inacabadas que tentam finalizar de forma obsessiva. Podem ter dificuldade de se desligar de bens materiais (incluindo lugares, eis a fonte das casas assombradas) e podem estar presas a hábitos ou vícios – vide os hungry ghosts do budismo, espíritos condenados a nunca poder saciar suas necessidades (fome, sede), por isso chamados de “famintos”, tanto que, na Tailândia, as pessoas têm o costume de construir as ghost houses, que são miniaturas das casas em que moram, onde elas colocam como oferendas comida, bebida e até dinheiro, para apaziguar os espíritos e mantê-los afastados da casa verdadeira. Afetos são outros laços que podem aprisionar essas almas ao reino dos vivos: elas não conseguem se desvencilhar das pessoas que amam ou que odeiam. Vampirismo: há espíritos que...

Brazilian Gothic – Cadernos de Halloween – Tópico de hoje: Você acredita em vampiros?

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Dentre todas as criaturas míticas, talvez o vampiro seja a que mais sofreu transformações nos últimos três mil anos. Ele começou como um ser incorpóreo, espiritual e não humano, mas que já se alimentava das emanações energéticas de sangue humano e animal (a contraparte astral). Ele habitava lugares descampados e ermos, encruzilhadas de estradas, construções em ruínas e cemitérios, os locais habitados pelo mocho, pela garça, pela coruja e o corvo, pelos sátiros, filhotes de serpentes e gatos e cães selvagens, onde crescem os espinhos, as urtigas e os cardos, segundo Isaías 34. E sua atividade era noturna. Esse tipo de vampiro ainda está presente em diversas religiões e cultos. São ghouls, lâmias, elementares, duendes malévolos e demônios (ou o famoso encosto, obsessor).   Posteriormente, o vampiro se humanizou, passou a ser uma espécie de alma penada humana, que se recusava a morrer e a ficar só, espalhando sua maldição como se fosse uma doença e contaminando familiares e amigos. Ne...

Brazilian Gothic – Cadernos de Halloween – Tópico de hoje: Lobisomens

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Noite de lua cheia. A luz pálida e mortiça ilumina as estradas desertas que margeiam os sítios e fazendas do interior e as sombras das árvores e moitas formam ilhas de escuridão. Uma criatura monstruosa, peluda, de olhos vermelhos e brilhantes, que acabou de abandonar a forma humana, salta da folhagem úmida de orvalho, e começa a andar apoiada nas suas enormes patas traseiras, à procura de sangue. O espetacular Luiz Garcia Mozos e seu lobisomem a la Lon Chaney Jr. Essa variante de lobisomem, mais predadora e vampiresca, é moderna. A versão mais antiga (segundo Câmara Cascudo), portuguesa, do Minho especialmente, que herdamos, fala de uma criatura infeliz, fadada a percorrer, em duas noites por semana (terça e sexta), num curto espaço de tempo (de meia-noite às duas), sete cemitérios de igreja (adros), sete vilas acasteladas, sete partidas do mundo, sete outeiros e sete encruzilhadas até voltar para seu sítio de partida, onde volta a ser humano. Ou seja, o pobre monstro nem tinha te...

Perry Rhodan nas brumas de Vênus

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Quando eu era pequeno e mal tinha começado a ler, um dos meus programas favoritos era parar em algumas livrarias para olhar as novidades. Eu ficava encantado com as ilustrações das capas dos livros, especialmente os de terror, fantasia e ficção-científica, que eram meus gêneros preferidos.   Numa dessas ocasiões, eu me deparei com uns livrinhos (formato de bolso) de capa preta cujo título tinha um design em forma de logomarca, que nem os títulos de filmes de cinema nos cartazes. Em cada volume, essa logomarca possuía uma cor. Essa foi a primeira coisa que me chamou atenção para essa série. O título era: Perry Rhodan. A segunda coisa foram os desenhos na capa: as ilustrações traziam robôs, astronautas, alienígenas, monstros, naves espaciais e armas de guerra com design futurista, ou seja, tudo que me despertava interesse. Eu pedi ao meu pai que comprasse um exemplar daqueles, mas ele negou, alegando que era uma série “enorme” e que, além disso, eu acabaria não lendo, porque, afi...