O velho mistério do novo ano

Todo final de ano eu me lembro deste quadrinho do Richard Corben, que é parte da história "Tempo Final", publicado aqui no Brasil na revista Kripta nº 25. 

O ano novo: uma ilha velada pelo nevoeiro.

Nele vemos um homem numa jangada remando rumo a uma ilha, envolta por uma bruma. Sabe-se pelo enredo que o tal homem está à procura de alguns personagens que estão escondidos possivelmente nesse local, já que havia rastros na praia de um barco que partiu.


Cada ano que chega para mim – creio que para a maioria – é como essa ilha envolta em névoa. É um mistério, tudo pode acontecer. Basta lembrarmos de 2020: apesar da grande quantidade de astrólogos, cartomantes e sensitivos, ninguém previu a pandemia.


Há, é claro, os desdobramentos de coisas que já estão acontecendo, mas é improvável, para não dizer impossível, prever o que será, e como será. Lembremos do diálogo entre Luke e mestre Yoda, em "O Império Contra-Ataca". Luke, durante o treinamento, é informado por Yoda que seus amigos estão em perigo, estão sofrendo. Luke pergunta se eles morrerão, ao que Yoda, após fechar os olhos e vasculhar o tempo futuro, responde sabiamente: "Difícil de ver. Sempre em movimento o futuro está". É isso mesmo. This is it!


Alguém fez um meme, obrigado!

Há quem diga que isso de comemorar ano novo é uma bobagem, porém, se você investigar, verá que todas as culturas têm seus ciclos desde que se organizaram, lá atrás, no neolítico. Mais do que importante, é mentalmente saudável para o ser humano viver essa expectativa de fim de um ciclo e início de outro. Só a perspectiva de algo infinito já é insuportável, imagine se fosse fato: problemas que não têm fim... Seria uma tortura, um inferno na terra.


Vamos esperar o melhor e, por via das dúvidas, fazer aquelas velhas simpatias: comer um pratinho de lentilhas de pé em um cadeira, pular 7 ondas, vestir alguma peça de roupa lilás ou violeta (essa é a cor para 2023, dizem os entendidos) etc. Feliz Ano Novo!

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