A Reencarnação do Limo que Embeleza o Tapete



Este blog já teve outra vida. Sim, senhoras e senhores, ele nasceu em algum momento de 2005 e partiu desta para melhor (será?) em algum momento de 2009, se não me falha a memória rã.

Era um blog literário, no qual eu costumava postar contos de minha autoria. Como não era um blog perfeito, como não atingiu o satori, após a ida para o oriente eterno, não conseguiu se extinguir no nirvana, e ficou vagando pelo bardo, perdido em ilusões e lutando contra seus próprios demônios. Por sorte, não chegou a se transformar num preta (lê-se préta) ou hungry ghost (ou encosto, no bom português), o que foi ótimo, pois, assim, não cometeu um dos maiores pecados, que é encher a paciência alheia.

No dia de ontem, o bom e velho Limo que Embeleza o Tapete foi atraído pela Roda de Samsara e renasceu neste reino de pouca fortuna. E cá estamos. A ideia é postar sobre assuntos de interesse privado (ou desinteresse público), amenidades, curiosidades, cultura pop, outras culturas, alertas (wise up aê), enfim, fazer deste espaço uma espécie de almanaque, uma versão tunada da revista Semanário (alguém lembra da Semanário? Era muito legal, uma mistura de Amiga, Planeta, Manchete e Ele Ela).

Já que o assunto é transmigração de almas e estamos no (abençoado seja) final de semana, momento mágico, deixo aqui dicas de entretenimento escapista para os meus queridos leitores: uma de filme e outra de livro.

O filme é A Reencarnação de Peter Proud, de 1975, dirigido por J. Lee Thompson, estrelado por Michael Sarrazin (o John de O Vento, fantástico episódio de O Teatro de Ray Bradbury), Margot Kidder (a eterna Lois Lane, que também trabalhou em Horror em Amityville) e Jennifer O'Neill. Adaptação de um livro de mesmo nome, de autoria do grande escritor de sci-fi, Max Ehrlich (The Big Eye). Um pouco do enredo: um professor universitário começa a ser assombrado por angustiantes sonhos e a sofrer inexplicáveis dores no corpo. Ele apela para a psicologia, sonoterapia e começa a desvendar algo que ele nunca pôde imaginar a respeito de seu passado - e que irá impactar seu futuro...

O livro é 20 Casos Sugestivos de Reencarnação, do dr. Ian Stevenson, um estudioso sério. Porque tem muita patuscada por aí. Uma vez, minha mãe comprou uma edição da revista Destino, que trazia um artigo com um questionário que prometia revelar a vida pregressa do leitor. Acho que o meu resultado foi França, século XVIII e, salvo engano, foi o mesmo resultado que obtiveram os outros dois consulentes daquele poderoso oráculo impresso, minha mãe e um amigo meu. Oh! Por essa eu não esperava. De acordo com gurus picaretas e livros não tão confiáveis, 80% da população mundial teve uma vida anterior na França do século XVIII. A França devia ser mais populosa naquela época do que a China e a Índia juntas, hoje. A França era, e ainda é, como tantos países europeus, uma Piquitita geográfica  (Duduca & Dalvan. "Xau, xau, Piquitita, xau, xau..."). Com tanta gente naquele espaço diminuto, a coisa não podia acabar bem mesmo, por isso deve ter estourado a Grande Revolução e o gadget de monsieur Guillotin trabalhou mais que boi ladrão. 

Existe outro método que não esse da Destino para saber sobre vidas passadas, é papo de ocultismo, não sei se picareta or not, que seria ficar, after midnight, em frente a um espelho, num quarto escuro, com uma vela acesa e fitar o reflexo da chama da vela no vidro. A concentração na imagem da chama refletida no espelho faria com que a pessoa começasse a enxergar, como se estivesse fitando um monitor de vídeo, cenas de suas vidas anteriores. Nunca fiz, porque dá medo.

Não tenho certeza, mas acho que nesse livro tem pesquisas de outro estudioso sério, o dr. Banerjee (não confundir com o Banerj, que foi liquidado e vendido para um banco privado).

Para fechar o assunto com chave de latão, se a reencarnação existir de fato e, com ela, a metempsicose, que é a possibilidade de encarnar em outros reinos da natureza, eis uma lista de seres e coisas que eu gostaria de ser no futuro:

- Arminho;

- Gato (gatos são arminhos e, assim como os passarinhos, dinossauros);

- Algum passarinho (a decidir);

- Ouriço fêmea (em homenagem ao Ouriço Laurinha, do Happy Endings, grande figura que ainda há de aparecer nestas páginas);

- Uma rocha abissal (o problema é: como uma rocha morre?);

- Uma planta carnívora em alguma ilha do Pacífico.

- Uma lagosta (em homenagem a Mel Melendez, a inesquecível Mulher Lagosta).


É isso aí, xau, pessoal, até a próxima (do Centauro).





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